A Digitalização no EPE

 



Já lá vão os tempos longínquos em que desejar ter material escolar novo para iniciar as aulas, aos poucos vai se tornando um pensamento antiquado e fora de moda.
Agora os alunos vão para as aulas com uma simples tablete, que mais parecem empregados de mesa a fazer pedidos, mas que na verdade são tábletes e servem como material escolar e de apoio às aulas da era digital. 
Mas já estamos na era digital? 
Será que todos nós sabemos como tudo isto funciona? 
Ou simplesmente não nos fiamos nas máquinas e deixamos que a pré-história do pré-digital nos guie no dia a dia?

Esta receção do digital no EPE tem sido um caso caótico em que um professor de português passou a ser professor de informática e acolhe esta nova profissão com afinco, para poder dar alguma utilidade aos "bichinhos de estimação", como eu lhes chamo.

Os alunos vêm para as aulas e sentam-se nas cadeiras colocando logo o seu "bichinho" em cima das carteiras prontos para trabalhar. Que decepção para o professor porque: 

- primeiro, já ninguém quer saber do que ele diz se não for através de uma tarefa colocada no Teams (isto se souberem trabalhar com o Teams ou tiverem internet de boa qualidade para se ligarem em rede);
- segundo, os alunos não carregam o aparelho em casa e trazem a bateria quase vazia, e ainda se esquecem do carregador;
- terceiro, desde a lição anterior que o aluno pousou a mochila num canto da sua casa e só voltou a pegar nela, com o "bichinho" lá dentro, no dia em que tem aula de português e, consequentemente, o aparelho não fez as atualizações devidas roubando meia hora, ou mais, do início da aula para começar a trabalhar (isto implica que o professor terá de adotar medidas mais severas para quem não tiver o aparelho pronto a trabalhar);
- quarto, ao fim de quase um mês de aulas ainda não temos Wifi da escola e o sinal de rede móvel na nossa sala é quase indetectável, por ser uma escola com paredes estilo bunker.

Depois disto tudo, começo a pensar seriamente em voltar à época do homem das cavernas em que se contentava apenas com um bastão na mão.

Por fim, só para terminar a minha reflexão sobre esta tarefa árdua, é preciso encarar tudo com otimismo se não queremos ficar malucos, e tentar fazer sopa com pedra.

Assinado, 
Sílvia Coelho

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